Juros do crédito à habitação em Portugal voltam a cair e já pesam menos de metade das prestações
As taxas de juro dos créditos à habitação em Portugal mantêm uma tendência de queda que já dura há mais de um ano e meio. Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), em outubro a taxa de juro implícita caiu para 3,180%, voltando a representar menos de 50% do valor das prestações mensais.

Um novo patamar nos juros.
De acordo com o INE, a descida foi de 4,8 pontos base em relação a setembro, quando a taxa estava em 3,228%. gee.gov.pt+2Idealista+2 Desde o pico registado em janeiro de 2024 (4,657%), há uma redução acumulada de 147,7 pontos base. Idealista+1
Quando olhamos especificamente para os contratos que têm como fim a aquisição de habitação, a tendência é semelhante: a taxa implícita para o total desses contratos caiu para 3,179%, com uma descida de 4,7 pontos base face a setembro. Idealista
O peso dos juros nas prestações
Uma das grandes novidades: em outubro, os juros voltaram a representar uma fatia menor do que a metade da prestação média da casa. Dos 394 euros médios pagos por mês, cerca de 194 euros (49,2%) correspondem a juros, enquanto os restantes 200 euros (50,8%) já vão para a amortização do capital. Rádio Renascença+1
Este é um sinal simbólico: é a segunda vez consecutiva que a componente de juros fica abaixo dos 50%, algo que não acontecia desde abril de 2023, segundo o INE. Rádio Renascença
Por que os juros estão a descer?
Há dois fatores principais que explicam esta queda:
  1. Contratos antigos indexados à Euribor
    Muitos dos créditos mais antigos estão ainda ligados à Euribor a 6 e 12 meses — e essas taxas de referência têm estado mais baixas agora do que há seis ou doze meses atrás. Idealista
  2. Taxas mistas em novos contratos
    Nos empréstimos contratados no último ano, predominam as taxas mistas: começam com um período inicial de taxa fixa (e geralmente mais acessível) antes de passarem a indexadas. Idealista
Um alívio, mas com ressalvas
Esta queda nos juros é, sem dúvida, uma boa notícia para quem já tem crédito à habitação. No entanto, nem tudo se traduz em prestações muito mais baratas. Apesar dos juros mais baixos, o capital médio em dívida continua a subir — em outubro, esse valor médio aumentou 684 euros, para 74.180 euros, segundo o INE. Rádio Renascença

Além disso, nos contratos mais recentes (celebrados entre agosto e outubro), a taxa de juro ficou em 2,850%, o que também representa uma descida face ao mês anterior. Rádio Renascença Mas, para esses contratos, a prestação média subiu para 667 euros, refletindo o aumento do capital em dívida. Idealista+1

Conclusão: A evolução das taxas de juro no crédito à habitação mostra-se positiva, com os juros a pesar agora menos nas prestações. Mas o alívio não é total: o crescimento do capital em dívida continua a exercer pressão sobre os montantes pagos mensalmente. É um cenário favorável para os devedores, mas que exige atenção à evolução da dívida.
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